Arte pode ser uma maneira de contar histórias. Elas podem ser explícitas ou, como ocorre com a obra de Renan Reis (@renanreisbraz). sugeridas. O fruto que ele apresenta, por exemplo, é pleno de sugestões e indagações. Trata-se de uma imagem significativa que abre portas de interpretação.
Remete a um coração, sede do pulsar da vida, mas também aponta para as formas orgânicas encontradas na natureza. É instaurado assim um universo lúdico em que a imagem é um portal para um mergulho naquilo que a arte tem de melhor: a capacidade de despertar alusões e reflexões.
A criação de Renan Reis tem também algo de altar, entendido como um local em que o sagrado se manifesta, seja enquanto reduto daquilo que se considera beleza ou do que permite uma comunhão com algum tipo de divindade, não aquelas longínquas que habitam o distante céu ou a profundidade da terra, mas o cotidiano.
Nesse aspecto, a obra funciona como um útero de ideias e de conceitos a serem gradativamente desvendados por cada observador. Cada criação visual traz assim uma perspectiva de interpretação de mundo, uma espécie de batimento cardíaco que se manifesta em quem cria, na obra em si mesma e em quem interpreta a imagem.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.